sábado, 30 de abril de 2016


Volta pra Casa

Veja o que funciona (e não funciona) contra o vírus H1N1 que já causou mais de 50 mortes no Brasil

  • 4 abril 2016
Osnei RestioImage copyrightOsnei Restio
Image captionInfectologista defende que forma mais eficaz de prevenção é vacinar-se
Nos últimos dias, o vírus Zika deu lugar ao H1N1 como principal preocupação dos brasileiros quando o assunto é saúde. Causador da chamada gripe suína e identificado no México há seis anos, ele já havia provocado 46 mortes no país até o último dia 19, a maioria em São Paulo – mais que em todo o ano passado, quando matou 36 pessoas.
O aumento de casos fora do inverno, quando o vírus se aproveita dos ambientes poucos ventilados para se multiplicar, intriga especialistas. A proliferação em locais bastante visitados por brasileiros, como a Flórida (EUA), e mudanças climáticas – a umidade é favorável ao H1N1 – estão entre as hipóteses levantadas.
Diante do surto, as pessoas recorrem ao álcool gel e evitam encostar nas barras do transporte público. Mas quão eficazes são essas medidas? A BBC Brasil conversou com infectologistas para descobrir:

O QUE FUNCIONA:

  • Vacina

Para Jean Carlo Gorinchtein, do Instituto de Infectologia Emilio Ribas, não há dúvida: a forma mais eficaz de se prevenir do H1N1 é a vacina. Ainda que não tenha 100% de eficácia – ela varia de 60% a 90% – Gorinchtein ressalta a importância da medida, especialmente entre o "grupo de risco".
Crianças, idosos, grávidas e pessoas com doenças que comprometam a imunidade podem desenvolver sintomas mais graves, como falta de ar. Em casos extremos, o quadro pode evoluir para pneumonia, tuberculose e até meningite.
Isso não quer dizer que o vírus seja mais agressivo do que outros tipos de Influenza, ressalta o infectologista Esper Kallas. Todos podem levar a complicações. Só que, por ter sido identificado há pouco tempo, muita gente não tem resistência ao H1N1.
Para os que não estão no "grupo de risco", o conselho é vacinar-se, mas sem desespero. É possível esperar até o começo da campanha de vacinação, no dia 30 de abril, diz o infectologista.
Em São Paulo, a Secretaria Estadual de Saúde antecipou o início da vacinação para o começo desta semana. Na semana passada, hospitais e clínicas particulares da capital viram uma corrida frenética: salas de espera lotadas e uma força-tarefa para o atendimento.
"O que as pessoas não têm que ter é pânico. Os lotes estão se esvaindo e quem deixa de tomar é justamente quem mais precisa."
Até quem já teve H1N1 precisa se vacinar. Isso porque os anticorpos contra a gripe duram, em média, 12 meses. Depois disso, o nível de proteção cai e é possível pegar de novo. Não é como a catapora, cujos anticorpos costumam durar toda a vida, explica Gorinchtein.
Hoje, a rede pública oferece para as pessoas com mais chances de adoecer (gestantes, mulheres que acabaram de dar à luz, idosos e crianças de até 5 anos, entre outros), a vacina trivalente, que protege contra dois tipos de gripe A (entre eles o H1N1) e um tipo da B – segundo o Ministério da Saúde, essa é a composição recomendada pela OMS (Organização Mundial de Saúde).
Na rede particular, além da trivalente, já é possível encontrar a tetravalente, que adiciona a imunização a um segundo tipo B.

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Image captionVírus se aproveita de ambientes pouco ventilados para se multiplicar
  • Álcool gel e lavar as mãos

Há algumas teorias sobre o tempo de vida do vírus.
Segundo o NHS, serviço público de saúde do Reino Unido, os vírus contidos nas microscópicas gotículas que expelimos ao tossir ou espirrar alcançam cerca de um metro. Eles podem ficar suspensos no ar, onde podem viver por horas (principalmente em temperaturas baixas), e atingir superfícies e objetos. Em superfícies duras, o H1N1 sobreviveria por até 24 horas.
Logo, explica o órgão, qualquer um que tocar mesas, maçanetas ou mesmo dinheiro atingidos por essas gotículas pode se contaminar e espalhar o vírus ao tocar outras superfícies e pessoas.
Já de acordo com Gorinchtein, o vírus H1N1 vive normalmente menos de um minuto fora do corpo ao ser expelido junto com as gotículas de saliva ou secreções. Quando alguém espirra na barra do metrô é preciso que outra encoste ali logo e leve a mão, com vírus, à boca, olhos ou nariz para que se infecte, diz.
Independente de quem está certo, o álcool gel e a água com sabão são a melhor alternativa para reduzir as chances de contaminação. Apesar de não ser uma medida infalível – uma pessoa sempre pode tossir próximo a seu rosto –, ajuda bastante, pois mata os vírus que ficam nas mãos.
O infectologista Esper Kallas lembra a popularização do álcool gel no Brasil foi fruto da primeira epidemia de gripe suína, em 2009.
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  • Tapar a boca ao tossir/espirrar

Quanto mais rápido os vírus expelidos chegaram às mucosas (boca, nariz e olhos) de uma pessoa, mais provável será a contaminação.
Por isso, proteja sua boca ao tossir ou espirrar. A infectologista Angela Rocha, do Hospital Universitário Oswaldo Cruz, no Recife, explica que, nos três primeiros dias da doença, quando o vírus está se multiplicando intensamente, a carga viral em cada espirro é maior.
Nesse período, é preciso atenção redobrada. Normalmente, o ciclo da gripe dura uma semana.
Segundo o serviço de saúde britânico, caso as mãos sejam usadas para tapar a tosse, espirro e limpar o nariz, é preciso lavá-las para evitar espalhar o vírus – a concentração na pele pode ficar alta por até cinco minutos.
O ideal, afirma o NHS, é usar lenços de papel para cobrir a boca e o nariz e jogá-los no lixo o mais rápido possível – o vírus pode sobreviver neles por cerca de 15 minutos, ou seja, nada de reaproveitar.

O QUE NÃO FUNCIONA:

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  • Pronto-socorro

Começou a tossir? A garganta está arranhando? Não vá ao pronto-socorro. "O melhor lugar de se pegar a gripe é o pronto-socorro. Você fica seis horas na sala de espera. Acha que é alguma coisa, acaba não sendo nada. E dois dias depois está com gripe", explica o infectologista Esper Kallas.
Ele ressalta que ao ser infectado pelo H1N1 é preciso deixar a doença seguir seu curso natural e ir acompanhando os sintomas. Caso eles piorem, haja falta de ar ou secreções avermelhadas e com pus, é hora de procurar um médico.
"O problema não é pegar (a gripe), é saber lidar com ela. Se o filho pegou, vai construir imunidade. As pessoas precisam estar atentas na identificação dos casos mais graves."
Diferentemente dos especialistas, o Ministério da Saúde recomenda que a pessoa com suspeita da doença procure atendimento médico "imediatamente".
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Image captionEficácia de máscaras é bastante limitada, explica infectologista
  • Máscara

Comprou uma máscara na farmácia e acha que está protegido? Não é bem assim. O infectologista Esper Kallas estima que máscaras feitas de feltro e tecido têm vida útil de quinze minutos.
"Depois disso, elas já não têm mais eficácia. Ficam úmidas com a respiração e os poros do material vão abrindo. É como se não estivesse usando uma."
Segundo Kallas, as que funcionam tem "um sistema bem mais complexo" e são mais difíceis de encontrar, além de mais desconfortáveis.
Angela Rocha, do Hospital Universitário Oswaldo Cruz, diz que elas podem ser eficientes para contatos rápidos: "já ajuda".
  • Ficar só um dia em casa

O NHS, serviço público de saúde britânico, recomenda que a pessoa infectada fique longe do trabalho ou escola até se sentir melhor, o que deve ocorrer em cerca de uma semana.
Isso porque o período mais contagioso, geralmente iniciado quando os sintomas aparecem, pode durar até sete dias – crianças e pessoas com baixa imunidade podem precisar de uma folga ainda maior, já que nelas o vírus permanece ativo por mais tempo.
Ou seja: não dá para mascarar os sintomas com antitérmico e, por exemplo, mandar os filhos para a escola.
As dicas também valem para outros tipos de gripe.
  • Se entupir de remédios

Especialistas afirmam que, via de regra, a gripe causada pelo H1N1 vai embora depois de alguns dias, assim como as outras.
Por isso, recomenda o serviço britânico, o melhor é ficar em casa e beber bastante água para evitar a desidratação. Remédios para febre e dor podem ser usados para amenizar os sintomas.
Segundo o Ministério da Saúde, há a oferta, em todo o país, do medicamento oseltamivir (o Tamiflu), receitado de acordo com a avaliação médica.
A pasta afirma ser importante que o remédio seja administrado nas primeiras 48 horas dos sintomas.

Veja o que funciona (e não funciona) contra o vírus H1N1 que já causou mais de 50 mortes no Brasil

Vídeos e palestras sobre profecias









Profecias


Saudade


Estudo recentemente publicado na revista Natureaponta que neurônios vizinhos em uma antena de mosca das frutas podem parar (ou “bloquear”) um ao outro mesmo quando não compartilham uma conexão direta. Isso ajuda o inseto a processar cheiros. Esse tipo de comunicação, chamada acoplamento efáptico, acontece quando o campo elétrico produzido por um neurônio silencia o seu vizinho, em vez de enviar um neurotransmissor por uma sinapse. “O acoplamento efáptico já está na literatura científica há um bom tempo, mas existem poucos casos nos quais estas interações afetam o comportamento de um organismo”, aponta John Carlson, biólogo da Universidade de Yale (Connecticut, Estados Unidos), primeiro autor do estudo. A presença dessas interações em órgãos de sentido foi prevista em 2004, mas conseguir demonstrar que elas realmente aconteciam exigia um experimento difícil, engenhoso e completo.

Nas antenas da Drosophila melanogaster, os neurônios olfativos estão agrupados em pelos preenchidos por fluidos, chamados sensilas. Cada um contém dois a quatro neurônios, que estão todos sintonizados em diferentes cheiros e agrupados de formas específicas. “Um neurônio para o morango é sempre pareado com um neurônio para a pera, por exemplo”, explica Carlson. “Todos esses neurônios já foram bem caracterizados, então sabemos como são organizados.”

O estudo focalizou uma sensila chamada ab3, que contém dois neurônios: o ab3A, sensível ao metil-hexanoato das frutas, e o ab3B, que detecta o 2-heptano do cheiro da banana. Quando os pesquisadores expuseram as moscas a um fluxo constante de metil-hexanoato, o neurônio A disparou continuamente. Se as moscas eram expostas a uma breve explosão de 2-heptanona, o neurônio B entrava em ação, e o A de repente desligava. O contrário também aconteceu: uma breve explosão de atividade em A silenciou a atividade constante de B.

As mesmas interações foram vistas em quatro outros tipos de sensilas na mosca da fruta, bem como no mosquito da malária Anopheles gambiae. Apesar dessas interações claras, os neurônios em uma sensila não compartilhavam nenhuma sinapse. O comportamento se repetiu mesmo que fosse usado um químico bloqueador de sinapse, mesmo quando os padrões de disparo não se coordenavam, e mesmo se as antenas fossem decepadas, separando-as do contato com qualquer neurônio central.

A conclusão é de que, em vez de sinapses, os neurônios provavelmente se comuniquem através do fluido que os cerca. Quando um deles dispara, cria um campo elétrico que muda o fluxo dos íons até o outro e desliga a sua atividade elétrica.

O experimento ainda mostrou que essa atividade é forte o suficiente para alterar o comportamento da mosca. Para tanto, os cientistas usaram uma sensila com dois neurônios: um que leva à atração de uma mosca por vinagre de maçã, e outro que a faz evitar dióxido de carbono. Em seguida, a equipe bloqueou o neurônio da atração por vinagre, mantendo o da repulsão por dióxido de carbono. As moscas foram colocadas em um labirinto com duas vias que cheiravam a dióxido de carbono, mas somente uma que também cheirava a vinagre. As moscas escolheram o lado aromatizado com vinagre. Porém, não escolheram o cheiro de vinagre na ausência do cheiro de dióxido de carbono.

Isso sugere que o neurônio da atração ao vinagre, mesmo bloqueado no cérebro, podia ainda inibir o neurônio de dióxido de carbono vizinho. Quando ambos os produtos químicos estavam no ar, as moscas não se sentiam mais repelidas pelo dióxido de carbono.

Segundo os cientistas, esse tipo de interação neuronal é importante para a mosca, que pode estar com o olfato inundado com um cheiro forte, mas ainda assim precisar perceber um odor de comida, por mais fraco que seja.

Outra coisa que o experimento mostrou é que o cérebro não é o único responsável pelo sentido do olfato: os neurônios que fazem sua detecção também têm papel importante. Isso, possivelmente, também acontece com os seres humanos – mas tal implicação ainda não foi investigada.


Nota: Um mecanismo com tamanha complexidade e tão necessário seria fruto de mutações casuais filtradas pela seleção natural?[MB]

Moscas com “neurônios Jedi”


Recheada de testemunhos e relatos de pessoas que passaram pela tal experiência de quase morte (EQM), a matéria de capa da edição de abril da revistaNational Geographic tem como título “A ciência explica a morte”. Só que, depois da leitura, a gente percebe que não explica coisa nenhuma, e o texto é apenas um apanhado requentado de várias pesquisas e muitas especulações. A verdade é que ninguém sabe o que é a morte nem por que morremos. Não existe explicação naturalista nem científica para esse evento dramático. Prova disso é que a matéria daNational Geographic, como eu disse, está rechegada de experiências de pessoas que juram ter se “desprendido” do corpo ou caminhado pelo famoso túnel de luz. Fala em ciência, mas menciona espíritos e coisas do tipo, e deixa no ar uma sensação de mistério em lugar de explicações científicas. Só que há dois tipos de explicação para as EQMs: uma científica e outra teológica. Vamos lá.     

Uma pesquisa da Universidade do Kentucky, em Lexington (EUA), fez uma experiência de monitoramento cerebral. Eles descobriram que as situações de proximidade com a morte, durante um sono induzido por anestesia, ativam os mesmos mecanismos neurológicos que entram em ação quando uma pessoa tem sonhos lúcidos, com plena consciência do que está sonhando. Ambos seriam estimulados pelo córtex dorsolateral pré-frontal, uma área que normalmente só funciona quando estamos acordados.

O coordenador do estudo, Kevin Nelson, disse que os resultados da pesquisa indicam que uma “intrusão” do estado de sono REM contribui para as sensações de “quase morte”. “Vejo (o fenômeno) como uma ativação de certas regiões do cérebro que também estão ativas durante o estado de sonho”, disse Nelson ao jornal britânico Daily Telegraph.

Na Califórnia, existe o Centro de Pesquisas de Experiências Fora-do-corpo (OOBE Research Center, na sigla em inglês), especializado no assunto. Com base no estudo de Kentucky, os pesquisadores da Califórnia conduziram um estudo com quatro grupos de voluntários, cada grupo tendo entre 10 e 20 integrantes. Os participantes foram colocados para dormir, com a condição de imaginarem ao máximo a ideia de estarem entrando por um túnel com fim luminoso e tentarem sonhar com isso. Dezoito voluntários afirmaram terem sido capazes de sonhar com isso. Outros, embora não tenham conseguido, tiveram a experiência de “sair do corpo”, vendo a si mesmos flutuando e, às vezes, tendo a visão de um ente querido já falecido.

Entre os que “saíram do corpo”, o momento da ocorrência foi mensurável: em geral, acontecia durante a tênue linha entre estar acordado e adormecido. Isso se observou como ponto em comum entre todos os participantes, o que indica, segundo os pesquisadores, que se trata de um mecanismo cerebral pré-programado – tudo pode ser apenas um reflexo condicionado do cérebro, que gera um sonho com extremo realismo.

Um grupo de médicos da Universidade George Washington percebeu que a atividade cerebral de pessoas que estavam morrendo ia ficando cada vez menor. Mas, nos últimos momentos antes da morte, o córtex cerebral (área responsável pela consciência) simplesmente disparava, e permanecia 30 a 180 segundos num nível muito mais alto, antes de cessar de vez. Isso acontece porque, quando os neurônios ficam sem oxigênio, perdem a capacidade de reter energia e começam a disparar em sequência – num efeito dominó que poderia provocar alucinações. “Isso pode explicar as experiências extracorpóreas relatadas por pacientes que quase morreram”, afirma o estudo assinado pelos médicos.

Mas por que é tão comum o relato do tal túnel de luz? Vou tentar explicar com outro caso de uma pessoa que esteve à beira da morte e voltou para contar a história.

Orlando Mário Ritter é adventista do sétimo dia de nascimento e pastor há vários anos. Em 2014, devido a um sério problema de saúde, ele teve que passar por várias cirurgias, uma particularmente delicada que quase o levou à morte (leia o relato aqui). Sobre essa experiência, ele conta o seguinte: “Um médico espiritualista me perguntou, depois de uma breve explicação sobre minha ‘quase morte’: ‘Você passou pelo túnel de luz? Você viu os espíritos?’ E eu respondi: ‘Sim, passei pelo túnel de vidro, mas não vi nenhum espírito.’ Ele tornou a perguntar: ‘O que você viu, então?’ O que eu ‘vi’ de forma surpreendentemente clara – e não foi por pouco tempo – foi a história da humanidade, conforme o relato bíblico. Vi desde o fim do dilúvio até momentos antes da volta de Cristo, quando o mar começava a engolir as ilhas e cidades costeiras, até que subitamente tudo ficou escuro e não vi mais nada.”

O médico então perguntou novamente para o pastor Orlando: “Você não viu a luz no fim do túnel?” E ele respondeu que havia “visto” cenas incríveis da História, mas não luz alguma no fim do túnel. Então o médico explicou o que ocorre nesse estado de “quase morte”: conforme vai diminuindo a oxigenação do cérebro, começam a surgir imagens vindas do subconsciente na forma de “túnel”, e provavelmente ele não tenha visto o fim do túnel porque sua condição de oxigenação melhorou e o “sonho vívido” foi forte o suficiente para ficar gravado, mas sem ser finalizado.

Para o pastor Orlando, que também é formado em Química e Pedagogia, os sonhos podem revelar imagens que estão latentes no subconsciente e que, no caso dele, não incluíam “espíritos” de forma alguma, já que sua formação está alicerçada na Bíblia Sagrada.

A maioria das pessoas tem algum tipo de visão espiritualista da vida, ainda que sejam católicas ou evangélicas, já que essas correntes religiosas acreditam na imortalidade da alma e na existência de “espíritos”. Acreditam também em conceitos equivocados a respeito de céu e inferno, e são frequentes relatos de crentes que dizem ter sonhado com esses lugares mitológicos.

Também não podemos descartar a atuação do inimigo de Deus na mente das pessoas, no sentido de ajudar a reforçar e dar publicidade à sua mentira de que o ser humano possuiria imortalidade incondicional.

Uma pessoa cuja mente foi alimentada com as verdades da Palavra de Deus, segundo a qual os mortos estão como que dormindo aguardando a ressurreição por ocasião da volta de Jesus (veja o vídeo abaixo), dificilmente verá túneis de luz e espíritos.

Michelson Borges


National Geographic fala de experiências com a morte


Proibido opinar
Em 2015, Kelvin Cochran, chefe dos bombeiros de Departamento de Bombeiros de Atlanta, Georgia, foi demitido após escrever um livro sobre o pecado original e suas consequências. Entre as afirmações, ele classifica a homossexualidade e o lesbianismo como “perversão sexual”. Por causa dos protestos de grupos LGBT, ele acabou sendo demitido. Diferentemente do Brasil, nos Estados Unidos, não existe a mesma estabilidade dos concursos públicos. Agora, o doutor Eric Walsh [foto ao lado] é quem luta na justiça contra sua demissão. Funcionário do Departamento de Saúde Pública da Geórgia, o motivo de sua exclusão do quadro funcional do Estado é o fato de ele ser pastor e pregar contra a homossexualidade [note: não contra os homossexuais]. Além de médico, ele foi ordenado [ao ministério] pela Igreja Adventista do Sétimo Dia e seus sermões estão disponíveis no YouTube.

Além de ser formado em Medicina, ele possui doutorado em Saúde Pública. Trata-se de um profissional reconhecido, tendo sido parte do Conselho Consultivo sobre o HIV/AIDS do presidente Barack Obama.

Seus advogados estão processando o governo da Georgia, baseados em uma Lei de Direitos Civis, de 1964, que proíbe decisões de empregadores que tenham como base motivos religiosos.

Documentos que foram divulgados pela sua defesa e comprovam que funcionários do Departamento de Saúde usaram como “prova” os sermões do pastor, nos quais ele defende o casamento tradicional. Para o médico, trata-se de algo orquestrado por militantes LGBT que já se manifestaram contra ele em um evento numa universidade.

O processo está em andamento desde 2014 e na época Walsh afirmou em comunicado que não “podia acreditar” que sua demissão foi por motivos alheios ao serviço. “Sou filho de uma mãe solteira que sempre me ensinou qual era a nossa fé. Aprendi na igreja a importância de estudar e esses valores [cristãos] me levaram a querer servir aos necessitados. Foi por isso que me tornei médico e continuarei divulgando minha crença. A minha fé é importante para mim; frequentemente falo sobre ela em igrejas e conferências”, disse.

E acrescentou: “Eu não posso acreditar que eles me demitiram por causa de coisas que eu falei em meus sermões. Não consegui mais emprego na saúde pública desde então. Ao rever meus sermões, me demitiram por causa das minhas crenças religiosas. O Estado da Geórgia destruiu a minha carreira no serviço público.”

Jeremy Dys, um dos advogados de Walsh, afirmou à imprensa: “Se é permitido ao governo demitir alguém com base no que disse em um sermão, então poderão vir atrás de qualquer um de nós por causa de nossas crenças... Precisamos garantir que cada cidadão tenha o direito de falar sobre sua fé na igreja, sem ser demitido ou impedido de trabalhar no serviço público.” 

Médico demitido por se posicionar contra homossexualidade


Harmonia impressionante
Existe relação entre os primeiros e os últimos capítulos do Livro sagrado do cristianismo? As evidências bíblicas e científicas confirmam a literalidade da semana da criação?    

[Este artigo foi escrito por meus alunos de pós-graduação Márcio Tonetti, Reisner Martins, Sueli Ferreira de Oliveira, Ulisses Arruda e Valter Cândido. - MB]

A crença de que a semana da criação narrada no primeiro livro da Bíblia representaria um período de longas eras (ou de milhões de anos, segundo a cronologia evolucionista) se popularizou no meio cristão. Uma forte evidência disso é que já existem igrejas nos Estados Unidos que anualmente participam das comemorações do dia dedicado a Darwin (12 de fevereiro). Embora continuem atribuindo a Deus a origem da vida no planeta, os adeptos da evolução teísta não veem os "dias" descritos nos primeiros capítulos de Gênesis como períodos de 24 horas.

O fim depende do começo


Inscrições ajudam no estudo da Bíblia
Mesmo quem não tem religião conhece a influência gritante que a Bíblia exerce na sociedade ocidental há pelo menos três mil anos. Agora, uma pesquisa publicada no periódicoPNAS promete mudar o que sabíamos sobre o texto sagrado do Cristianismo. Um time de pesquisadores, formado por matemáticos e arqueólogos, está usando inteligência artificial para criar uma estimativa de quantas pessoas poderiam ler e escrever durante certos períodos da Antiguidade. Conduzido pela matemática Shira Faigenbaum-Golovin, da Universidade de Tel Aviv, o grupo desenvolveu novas técnicas de processamento de imagens e reconhecimento de caligrafia. A tecnologia foi utilizada para investigar 16 inscrições que foram encontradas em um forte em Arad, próximo ao Mar Morto. 

Datadas de 600 antes de Cristo, as inscrições detalham alguns comandos militares comuns e pedidos de suprimentos. Foram escritos em um tipo de cerâmica chamada ostraca durante o período do Primeiro Templo, 24 anos antes que o Reino de Jerusalém fosse conquistado pelo reinado babilônico. Até aí, tudo bem: a maioria dos pesquisadores concorda que os textos mais antigos são dessa época, representando que uma pequena elite estaria lendo e escrevendo nesse período. Mas será mesmo?

Para tirar a dúvida, os pesquisadores recuperaram as inscrições usando os processadores de imagem e, então, utilizando a ferramenta de reconhecimento de caligrafia para determinar quantas pessoas realmente escreveram na cerâmica. Segundo o Gizmodo, “a análise revela pelo menos 16 autores diferentes na ostraca. Ao examinar o conteúdo do texto, os pesquisadores identificaram todas as posições militares de comando”. Arie Shaus, uma das matemáticas da pesquisa, explica: “Até os comandantes de nível mais baixo podiam se comunicar por meio da escrita. Foi bastante surpreendente.”

Logo, se até os militares de patente mais baixa conseguiam ler e escrever por volta dos anos 600 a.C., é possível entender que a “proliferação da literatura” já havia ocorrido muito antes, e que isso traz implicações para quando os primeiros livros da Bíblia foram escritos. Já que os escritos mais antigos representavam as ideologias políticas e teológicas dos autores, pondera Israel Finkelstein, “faz sentido pensar que pelo menos os literatos poderiam lê-los. Se um grande número de pessoas pudesse ler o texto, seria mais fácil distribuir essas ideias para a população”.

Isso pode empurrar a origem dos primeiros textos bíblicos pelo menos duzentos anos para o passado. Mas para chegar mais perto de respostas mais concretas, os pesquisadores estão trabalhando no desenvolvimento de mais ferramentas que possam esmiuçar o quanto puderem de textos antigos. Com sorte (e mais evidências), talvez seja possível descobrir realmente quando os textos foram originados. Resta esperar para ver. 


Nota: Podem ainda não ser as cronologias mais precisas, mas já servem para silenciar alguns críticos defensores da ideia de que a Bíblia teria sido resultado de uma composição bem mais recente do que se crê. Ela é, sim, um documento histórico bastante antigo, o que chama ainda mais atenção para suas profecias detalhadas e precisamente cumpridas, embora tenham sido escritas séculos e até milênios antes de seu cumprimento. [MB]


A Bíblia teria sido escrita antes do que pensávamos