sábado, 9 de janeiro de 2016
O Trono de Satanás
O evangelho evangélico não é o evangelho eterno. Diz a profetisa:
“Voltei-me para ver o grupo que estava ainda curvado perante o trono; eles não sabiam que Jesus o havia deixado. Satanás parecia estar junto ao trono, procurando conduzir a obra de Deus. Vi-os erguer os olhos para o trono e orar: “Pai, dá-nos o Teu Espírito.” Satanás inspirava-lhes uma influência malévola; nela havia luz e muito poder, mas não suave amor, gozo e paz. O objetivo de Satanás era mantê-los enganados e atrair de novo e enganar os filhos de Deus.{PE 56.1}
O Trono de Satanás
“Não tem Deus uma igreja viva? Ele tem uma igreja, mas esta é a igreja militante, e não a igreja triunfante. Entristecemo-nos de que haja membros defeituosos, de que haja joio no meio do trigo. … Embora existam males na igreja, e tenham de existir até ao fim do mundo, a igreja destes últimos dias há de ser a luz do mundo poluído e desmoralizado pelo pecado. A igreja, débil e defeituosa, precisando ser repreendida, advertida e aconselhada, é o único objeto na Terra ao qual Cristo confere Sua suprema consideração.” — Ellen G. White em Eventos Finais, 52.
O Adventismo Emergente
Sinais do Fim que se Aproxima
Sinais do Fim que se Aproxima
Dilema da Distração
Dilema da Distração
Quando Fugir para os Montes
Quando Fugir para os Montes
Preparando-se para a Perseguição
Preparando-se para a Perseguição
Preparando-se de Maneira Prática
Preparando-se de Maneira Prática
Preparando-se Espiritualmente
Preparando-se Espiritualmente
Explicando Apocalipse 13
Explicando Apocalipse 13
A
capa do jornal Folha de S. Paulo de
hoje é um verdadeiro retrato deste mundo sem rumo, sem sentido e que se ilude
achando que vai durar muito tempo. É um raio x da realidade que nos cerca, com
pessoas se iludindo mergulhadas no puro hedonismo para tentar esquecer a
sensação de que o futuro não apresenta esperanças concretas; pessoas que só
pensam no aqui e agora porque têm dúvidas sobre o amanhã. Um mundo corrupto,
amante dos prazeres, violento, desigual – exatamente como as profecias bíblicas
o haviam descrito muito, muito tempo atrás. O nosso mundo que cambaleia para o
precipício.
No
centro da capa, a manchete sobre os desmandos dos políticos brasileiros anuncia
um novo ano com mais do mesmo. Acima e ao lado da manchete, a chamada “Festas
badaladas do litoral norte de São Paulo ignoram a crise”, e uma foto grande de
uma das tais festas que não apenas ignoram a crise, mas ignoram também a
decência e o fato de que há muita gente, neste exato momento, mendigando e
sofrendo exatamente por causa da crise que os festeiros ignoram. E essa crise é
causada não apenas pela roubalheira dos governantes e pela conjuntura
econômica; é causada também pela falta de solidariedade de uma sociedade em que
poucos têm muito e muitos têm pouco. Uma sociedade que adora ignorar realidades.
Na verdade, o brasileiro – e não apenas os hedonistas norte-paulistanos –
ignora muita coisa. Fã de novelas, de festas e dado a levar a vida na
brincadeira, ignora o fato de que não adianta xingar políticos enquanto os
cidadãos não fazem sua parte para ter uma nação mais honesta, igualitária, de
pessoas de bem e íntegras, não de homens e mulheres que só pensam em se dar bem
e se gabam quando conseguem “dar um jeitinho”, mesmo que à custa de valores, da
ética e da obediência às leis.
Logo
abaixo da festa e da manchete, a notícia com foto informa que “Vivência
sensorial na floresta e ioga na praia atraem turistas no Rio”. Na verdade, esse
tipo de religiosidade light e
pós-moderna atrai muita gente nos tempos de hoje. É uma religião que dispensa
compromissos, dispensa a entrega do coração e das vontades, dispensa o
arrependimento e o perdão, dispensa a tomada de consciência de que o mundo
precisa de cristãos comprometidos – dispensa Deus. Afinal, o ser humano é seu
próprio deus. O que ele sente é o mais importante. Se está satisfeito com a sua verdade, ótimo. É melhor fugir para
a floresta e abraçar as árvores do que se misturar ao povo e abraçar os
pecadores malcheirosos. É melhor tentar esvaziar a mente na meditação
transcendental do que encher o coração com as verdades absolutas da Bíblia
Sagrada que nos convidam à verdadeira mudança de vida e satisfazem o vazio da
alma.
E
fechando a capa emblemática, duas pequenas chamadas tristes, no pé da página: “Execução
de clérigo xiita pela Arábia Saudita gera tensão” e “Chacina em SP pode estar
ligada à morte de policial”. São notícias que insistem em estragar o clima de
festa e a ilusão da religiosidade new age
chique e perfumada. O mundo verdadeiro fede a sangue e pólvora. O mundo verdadeiro
insiste em jogar na nossa cara a realidade nua e crua de que o ser humano não
tem jeito sem Deus. Insiste em nos fazer enxergar que este planeta precisa da
intervenção do Criador; precisa que Jesus volte logo! E enquanto isso não
acontece, não adianta continuar escondendo a sujeira debaixo do tapete. Ela
continua lá e em todo lugar, clamando para ser removida, não ignorada.
Notícias de um mundo que continua afundando
Ídolos para crentes sem Deus |
Uma
estátua gigantesca do controverso líder comunista chinês Mao Tsé-Tung foi
construída em uma zona rural do país, supostamente financiada por um grupo de empresários
locais, informa a imprensa chinesa. A estátua dourada, de 37 metros de altura,
foi construída em meio a um campo na província de Henan e representa o homem
que comandou a China com mão de ferro durante três décadas sentado e com as
mãos cruzadas. Segundo o site HMR.cn, a obra foi financiada por vários empresários
locais e custou três milhões de yuanes (460.000 dólares). A estátua foi
concluída em dezembro, após nove meses de trabalho. Apesar de sua
responsabilidade por milhares de mortes, Mao continua sendo uma figura
respeitada na China, onde o Partido Comunista controla o debate sobre a
história do país. O atual presidente, Xi Jinping, o considera uma “grande
figura”.
(Exame)
Nota: Mesmo os comunistas ateus não conseguem
esconder o desejo intrínseco do ser humano de adorar algo ou alguém. Quando
Deus é retirado de cena e do coração, o vácuo deixado tende a ser preenchido,
pois o ser humano se torna vulnerável a todo tipo de crença. A ausência de Deus
cria um vazio eterno que só o Eterno pode preencher. Dinheiro, fama, poder,
prazer, nada disso consegue trazer verdadeira satisfação e paz de espírito. Por
quê? Porque, como diz o sábio Salomão, foi Deus mesmo quem colocou em nosso
coração o anseio pela eternidade (Eclesiastes 3:11). Portanto, o transitório
não traz sentido, porque não fomos criados apenas para esta vida (se tivéssemos
sido, aqueles que tudo tem testemunhariam de sua realização, coisa que
geralmente não fazem, quando chegam ao fim da vida). Lamentavelmente, multidões
têm sido enganadas ao longo da história por sistemas políticos e ideológicos como
o comunismo, que prometem o Céu na Terra, mas tudo o que entregam é a
perseguição, a intolerância e a desigualdade, pois as massas, via de regra,
desfrutam as migalhas que caem das mesas dos verdadeiros beneficiados: os
poderosos, os governantes, sempre. Na
Coreia
do Norte, a situação absurda chega ao ponto de terem hinos em louvor ao
“mestre
supremo”, estátuas e pinturas em todos os cantos, oferendas em mausoléus
e diante de estátuas... São todos crentes, mas adoram o que não precisa
e não deve ser
adorado. [MB]
Leia também: “Por que creio” e “Em busca do essencial”
China promove adoração a Mao Tsé-Tung
Histórias da Vida
Histórias da Vida
O livro dos apostos |
Algumas
notas da Bíblia de Estudo Andrews, lançada recentemente pela Casa Publicadora
Brasileira, têm despertado certa inquietação nas redes sociais. Entre essas
notas, estão as seguintes, relacionadas ao livro de Apocalipse:
“13:1-18
Esta passagem acrescenta detalhes ao cap. 12, sobretudo em relação à guerra do
tempo do fim (de 12:17). Neste capítulo, o dragão reúne dois de seus aliados
para o conflito final. Com o dragão, a besta do mar (uma aparente paródia de
Cristo) e a besta da terra (uma aparente paródia do Espírito Santo) sugerem uma
falsa trindade (16:13, 14) em conspiração para enganar o mundo (13:13, 14).”
“13:3
golpeada de morte. Literalmente,
‘ferida de morte’, uma alusão à cruz (v. 8). curada. Recuperação quase que milagrosa de uma ferida que tinha
tudo para ser mortal. se maravilhou.
O ressurgimento da besta no tempo do fim é uma surpresa.”
A
equipe editorial da Casa Publicadora Brasileira divulgou uma esclarecedora declaração,
provendo uma resposta plenamente satisfatória aos questionamentos levantados
(leia aqui). Destacamos este trecho: “O que significa a besta do mar ser uma ‘paródia de
Cristo’? Paródia, de acordo com o dicionário, é uma ‘imitação engraçada ou
crítica de uma obra (literária, teatral, musical)’. Desse modo, a besta que
emerge do mar tenta ser uma imitação grotesca de Cristo. Observa-se nela as
seguintes características: a besta recebe autoridade do dragão (que simula o
Pai), assim como Cristo recebeu autoridade do Pai (Mt 28:18); a besta tem um
ministério de 42 meses (três anos e meio), assim como Cristo teve um ministério
de três anos e meio; a besta declara ‘quem é semelhante à besta?’, num
contraste direto ao significado do nome Miguel, ‘quem é como Deus’; a besta
quer ter poder para perdoar pecados, assim como Cristo tem o poder de perdoar
pecados. Em outras palavras, a obra da besta é uma contrafação diabólica do
ministério de Cristo.”
Com
o objetivo de aprofundar a compreensão do assunto e, assim, fortalecer a
credibilidade da Bíblia de Estudo de Andrews, divulgamos um interessante
material produzido pelo Dr. Ranko Stefanovic, um mais renomados especialistas
em Apocalipse da Igreja Adventista do Sétimo Dia. O texto abaixo foi extraído
de Revelation of
Jesus Christ: Commentary on the Book of Revelation, uma obra de 686 páginas, que apresenta
um estudo verso a verso do Apocalipse. Para adquirir esse livro, clique aqui.
Para
compreendermos as principais questões teológicas presentes na segunda metade do
Apocalipse, é crucial entender o tema da contrafação, que inclui pessoas,
mensagens, marcas de identificação e cidades. O enfoque central dos onze primeiros
capítulos do Apocalipse está nas três pessoas da Divindade, que são referidas
no início do livro como “Aquele que é, que era e que há de vir” (Deus, o Pai),
os “sete Espíritos” (ou o “séptuplo Espírito”, nota de rodapé da NVI –
indicando a plenitude e universalidade da obra do Espírito Santo) e “Jesus
Cristo” (Ap 1:4, 5). Eles também são mencionados juntos na entronização de
Cristo, descrita em Apocalipse 4 e 5. As atividades realizadas pelas três
pessoas da Divindade em favor da salvação humana estão presentes ao longo de
todo o livro.
Apocalipse
12–22:5 focaliza a tentativa de Satanás de impedir os planos de Deus para o
mundo e, assim, levar os habitantes da Terra para o seu lado. Ele “colocará em
ação uma gigantesca contrafação do verdadeiro Deus” e de Suas atividades salvíficas.[1]
Seus esforços para enganar os habitantes da Terra são descritos no livro de
Apocalipse como antíteses de Deus e de Suas atividades: a trindade satânica
(capítulos 12 e 13) atua como a antítese das três pessoas da Divindade (1:4, 5;
capítulos 4 e 5); a marca da besta (13:15, 16), como a antítese do selo de Deus
(7:1-3; 14:1); as três mensagens demoníacas (16:13, 14), como a antítese das
três mensagens angélicas (14:6-12); e a mulher-cidade de Babilônia (capítulos
17 e 18), como uma antítese da Nova Jerusalém (capítulos 21 e 22). A seguir,
vamos explorar em mais detalhes cada um desses temas.
Trindade contrafeita
Os
capítulos 12 e 13 introduzem os principais atores que desempenharão seus papéis
na segunda metade do Apocalipse: o dragão (Ap 12) e seus dois aliados – a besta
do mar (Ap 13:1-10) e a besta da terra (Ap 13:11-17).[2] Juntos, eles formam
uma trindade satânica, como uma antítese à Trindade divina. Ao longo do
restante do livro, eles estão inseparavelmente associados nas atividades de
enganar as pessoas, com o propósito de afastá-las de Deus e levá-las a se
colocar no serviço de Satanás (cf. Ap 16:13, 14; 19:20; 20:10).
A
primeira entidade dessa liga triúna é Satanás, que, em Apocalipse 12 e 13, é
apresentado como a antítese de Deus, o Pai, buscando ser igual a Deus e
conduzindo a guerra contra Ele. O dragão atua como o líder do grupo, concedendo
autoridade a outros e dando-lhes ordens. Veja a tabela abaixo:
Dragão/Satanás
|
Deus, o Pai
|
Está
localizado no Céu (Ap 12:3, 7, 8).
|
Seu
lugar de habitação está no Céu (Ap 4 e 5).
|
Possui
um trono (Ap 13:2; cf. 2:13).
|
Possui
um trono (Ap 4 e 5; 7:9-15; 19:4).
|
Dá
poder, trono e autoridade à besta do mar (Ap 13:2, 4).
|
Dá
poder, trono e autoridade a Cristo (Mt 28:18; Ap 2:27; 3:21; 4 e 5).
|
É
adorado (Ap 13:4).
|
É
adorado (Ap 4:10; 15:4).
|
É
destruído para sempre (Ap 20:9, 10).
|
Vive
e reina para sempre (Ap 4:9; 5:13; 11:15).
|
Esse
paralelismo indica a intenção do autor inspirado de mostrar que, na liga
satânica, a besta do mar atua como uma antítese de Jesus Cristo, imitando Sua
vida e ministério na Terra. A besta do mar age na plena autoridade e no poder
do dragão, assim como Jesus age na autoridade do Pai (cf. Mt 28:18). Veja a
tabela abaixo:
Besta do mar
|
Jesus Cristo
|
Sai
da água para iniciar sua atividade (Ap 13:1).
|
Sai
da água para iniciar Seu ministério (Lc 3:21-23).
|
Assemelha-se
ao dragão (Ap 12:3; 13:1).
|
“Quem
Me vê a Mim vê o Pai” (Jo 14:9).
|
Possui
dez diademas (Ap 13:1).
|
Possui
muitos diademas (Ap 19:12).
|
Possui
dez chifres em suas cabeças (Ap 13:1).
|
O
Cordeiro possui sete chifres (Ap 5:6).
|
Recebe
do dragão poder, trono e autoridade (Ap 13:2, 4).
|
Recebe
do Pai poder, trono e autoridade (Mt 28:18; Ap 2:27; 4–5).
|
Suas
atividades duram 42 meses, ou três anos e meio (Ap 13:5).
|
Seu
ministério dura três anos e meio (indicado, por exemplo, pelo evangelho de
João).
|
Recebe
uma ferida mortal (Ap 13:3).
|
Recebe
uma ferida mortal (Ap 5:6).
|
Volta
à vida (Ap 13:3).
|
Ressuscita
(Ap 1:18).
|
Recebe
adoração depois que sua ferida mortal é curada (Ap 13:3, 4, 8).
|
Recebe
adoração depois de Sua ressurreição (Mt 28:17).
|
Recebe
autoridade universal sobre a Terra depois da cura de sua ferida mortal (Ap
13:7).
|
“Toda
a autoridade Me foi dada no céu e na Terra” (Mt 28:18), após a ressureição.
|
“Quem
é semelhante à besta?” (Ap 13:4).
|
Um
de Seus títulos é Miguel (Ap 12:7), que significa “Quem é semelhante a Deus?”
|
Público-alvo
global (todas as nações, tribos, línguas e povos) (Ap 13:7; cf. 17:15).
|
Público-alvo
global (todas as nações, tribos, línguas e povos) (Ap 5:9; 10:11; 14:6).
|
A
besta da terra se revela como uma contrafação da obra do Espírito Santo. Ela
atua na plena autoridade da besta do mar (Ap 13:3), da mesma forma que o
Espírito Santo representa Jesus Cristo ao agir em Sua plena autoridade (cf. Jo
14:26; 15:26; 16:13). Veja a tabela abaixo.
Besta da terra
|
Espírito Santo
|
Chamada
de “falso profeta”, por enganar as pessoas (Ap 16:13; 19:20; 20:10).
|
Chamado
de “o Espírito da verdade”, por guiar as pessoas à verdade da salvação (Jo
16:13; cf. Ap 22:17).
|
Semelhante
a cordeiro (Ap 13:11).
|
Semelhante
a Cristo (Jo 14:26; 16:14).
|
Exerce
toda a autoridade da besta do mar (Ap 13:12).
|
Exerce
toda a autoridade de Cristo (Jo 16:13, 14).
|
Direciona
a adoração à besta do mar (Ap 13:12, 15).
|
Direciona
a adoração a Cristo (At 5:29-32).
|
Realiza
grandes sinais (Ap 13:13; 19:20).
|
Realiza
grandes sinais (At 4:30, 31).
|
Faz
descer fogo do céu (Ap 13:13).
|
Vem
em fogo no Pentecostes (At 2).
|
Concede
vida/fôlego à imagem da besta (Ap 13:15).
|
Concede
vida/fôlego de vida (Rm 8:11).
|
Aplica
a marca na mão ou na fronte (Ap 13:16).
|
Aplica
o selo na fronte (2Co 1:22; Ef 1:13; 4:30).
|
O
livro de Apocalipse conclui com o triunfo final de Deus sobre a trindade
satânica, que encontrará um fim definitivo no lago de fogo (Ap 19:20; 20:10).
Selo contrafeito
Antes
da crise final, o povo de Deus é selado na fronte (Ap 7:1-3). Ao passo que os
fiéis recebem o selo de Deus, seus adversários recebem uma marca simbólica na
mão ou na fronte conhecida como “marca da besta” (13:16, 17). Essa marca
funciona como a contrafação do selo de Deus, e sua aceitação indica uma
antítese aos mandamentos de Deus (cf. 12:17; 14:12) – a obediência a Deus é
substituída pela obediência à besta (13:4, 8, 12, 14, 15).[3] Da mesma forma
que os seguidores de Cristo possuem o selo simbólico de Deus e são leais a Ele,
os adoradores da besta possuem a marca simbólica de propriedade e lealdade a
Satanás (13:16, 17; 14:9; 16:2; 19:20; 20:4).
Enquanto
o selo de Deus consiste no nome de Deus e do Cordeiro na fronte (14:1; cf.
7:3), a marca da besta consiste no nome da besta na fronte ou na mão (13:17; tradução
literal, presente na NVI). A fronte representa a mente, e a mão direita
simboliza as ações. “Ambos os poderes rivais desejam guiar a mente e o
comportamento das pessoas. Os seguidores do Cordeiro têm o nome de Deus na
fronte, ao passo que os seguidores da besta têm a marca na fronte (indicando
convicção e lealdade) ou apenas na mão (indicando obediência forçada sem consentimento
mental).”[4] Visto que o selamento significa o processo de atuação do Espírito
Santo no coração humano (cf. 2Co 1:21, 22; Ef 1:13, 14; 4:30), a intenção do
autor inspirado é mostrar que a colocação da marca da besta é uma falsificação
da obra do Espírito Santo.[5]
Mensagem contrafeita
Apocalipse
14:6-12 revela três anjos vindos da parte de Deus com uma tríplice mensagem do
evangelho eterno rogando aos habitantes da Terra que se arrependam e adorem o
Deus vivo, anunciando a falência da Babilônia espiritual e advertindo contra
qualquer associação com ela. Apocalipse 16:13 e 14 retrata três contrapartidas
demoníacas saindo da boca da trindade satânica, levando aos habitantes da Terra
uma mensagem do falso evangelho. Eles convocam os não arrependidos a se unirem
à trindade satânica contra Deus e Seu povo fiel para o grande dia do Deus
todo-poderoso. Os três anjos demoníacos da sexta praga são a última tentativa
de Satanás de simular a obra de Deus, porque surgem como a contrapartida dos
três anjos de Apocalipse 14, e suas mensagens são descritas por João como a
antítese das mensagens de advertência proclamadas pelos três anjos.[6]
Cidade contrafeita
Finalmente,
Apocalipse 17 retrata o sistema religioso apóstata do tempo do fim, denominado
Babilônia, como uma prostituta – uma sedutora mulher-cidade que domina os poderes
seculares e políticos deste mundo. É especialmente interessante notar que, ao
descrever a Nova Jerusalém, a noiva do Cordeiro (Ap 21:10–22:5), João
basicamente repete a apresentação de Babilônia contida em Apocalipse 17 e 18. É
importante notar os paralelos antitéticos entre as duas cidades na tabela
abaixo:[7]
Babilônia
|
Nova Jerusalém
|
Cenário das visões
|
|
“Veio
um dos sete anjos
|
“Então,
veio um dos sete anjos
|
que
têm as sete taças
|
que
têm as sete taças [...]
|
e
falou comigo, dizendo:
|
e
falou comigo, dizendo:
|
Vem,
mostrar-te-ei [...]
|
Vem,
mostrar-te-ei
|
a
grande meretriz [...],
|
a
noiva,
|
com
quem se prostituíram os reis da terra” (17:1, 2).
|
a
esposa do Cordeiro” (21:9).
|
“Transportou-me
o anjo, em espírito,
|
“E
me transportou, em espírito,
|
a
um deserto
|
até
a uma grande e elevada montanha
|
e
vi” (17:3)
“a
grande cidade” (17:18),
|
e
me mostrou
a
santa cidade,
|
“Babilônia”
(17:5),
|
Jerusalém,
|
“sentada
sobre muitas águas, [...]
|
que
descia do céu,
|
numa
besta escarlate” (17:1, 3).
|
da
parte de Deus” (21:10).
|
Descrição das duas
mulheres/cidades
|
|
“Achava-se
a mulher vestida
|
“Tem
a glória de Deus.
|
de
púrpura e de escarlata, adornada
|
O
seu fulgor era semelhante
|
de
ouro, de pedras preciosas
e
de pérolas,
|
a
uma pedra preciosíssima, como pedra de jaspe cristalina” (21:11).
|
tendo
na mão um cálice de ouro transbordante de abominações e com as imundícias da
sua prostituição” (17:4).
|
“[Ela
oferece] o rio da água da vida [...],
claro
como cristal” (22:1, 2, NVI).
|
“Morada
de demônios,
|
“Eis
o tabernáculo de Deus com os homens” (21:3).
|
covil
de toda espécie de espírito imundo
|
“Nela,
nunca jamais penetrará coisa alguma contaminada,
|
e
esconderijo de todo gênero de ave imunda e detestável” (18:2).
|
nem
o que pratica abominação e mentira” (21:27).
|
“Aqueles
[...] cujos nomes não foram escritos
|
“Somente
os inscritos
|
no
Livro da Vida desde a fundação do mundo,
|
no
Livro da Vida do Cordeiro
|
se
admirarão” (17:8).
|
[entrarão]”
(21:27).
|
“As
nações e os reis da Terra” (17:15, tradução literal)
|
“As
nações [...], e os reis da terra
|
“oferecem
à besta o poder e a autoridade que possuem” (17:13).
|
lhe
trazem a sua glória” (21:24).
|
Destino das duas cidades
|
|
“Feito
está!” (16:17).
|
“Tudo
está feito” (21:6).
|
“E
lembrou-se Deus da grande Babilônia para dar-lhe
|
“Eu,
a quem tem sede, darei de graça
|
o
cálice do vinho do furor
|
da
fonte
|
da
sua ira” (16:19).
|
da
água da vida” (21:6).
|
“Em
um só dia, sobrevirão os seus flagelos: morte, pranto e fome;
|
“E
a morte já não existirá, [...] nem pranto, nem dor” (21:4).
|
e
será consumida no fogo” (18:8).
|
“As
nações andarão mediante a sua luz” (21:24).
|
“Jamais
em ti brilhará luz de candeia” (18:23).
|
“O
Cordeiro é a sua lâmpada” (21:23).
“O
Senhor Deus brilhará sobre eles” (22:5).
|
“Vestida
de linho finíssimo, [...] adornada de ouro,
|
“Tem
a glória de Deus. O seu fulgor era
|
e
de pedras preciosas, e de pérolas” (18:16).
|
semelhante
a uma pedra preciosíssima, como pedra de jaspe cristalina” (21:11).
|
“Em
uma só hora, ficou devastada tamanha riqueza!” (18:17).
|
Sua
riqueza e beleza são eternas (22:5).
|
“Sentada
como rainha” (18:7).
|
“Nela,
estará o trono de Deus e do Cordeiro.
|
“E
será consumida no fogo [com os seus habitantes]” (18:8).
|
Os
seus servos o servirão” (22:3).
|
“Será arrojada Babilônia, a grande cidade, e
nunca jamais será achada” (18:21).
|
“O
Senhor Deus brilhará sobre eles, e reinarão pelos séculos dos séculos”
(22:5).
|
As
semelhanças verbais e temáticas entre as descrições das duas mulheres-cidades
dificilmente podem ser acidentais. Elas indicam que a Babilônia do tempo do
fim, retratada como a mulher prostituta que domina o mundo, atua como a
antítese profana da Nova Jerusalém, a noiva do Cordeiro. Babilônia representa as
esperanças e os sonhos terrenos; a Jerusalém celestial representa o cumprimento
de todos os sonhos, esperanças e anseios do povo de Deus desde o princípio.
Beasley-Murray nota que “o Apocalipse como um todo pode ser caracterizado como Um Conto de Duas Cidades” (à semelhança
do romance histórico de autoria de Charles Dickens).[8]
É
especialmente interessante que ambas as descrições explicativas, sobre
Babilônia e sobre a Nova Jerusalém, são dadas pelo mesmo anjo, “um dos sete
anjos que têm as sete taças”. Esse fato torna o contraste entre as duas cidades
ainda mais evidente. “É, por assim dizer, sobre as ruínas da orgulhosa, maligna
e corrupta Babilônia que a Nova Jerusalém desce do Céu, pura e radiante com a
glória de Deus.”[9] Assim, Apocalipse 17 e 18 prossegue com um dos temas centrais
da seção escatológica do Apocalipse (capítulos 12–22) – a contrafação de
Satanás das atividades salvíficas de Deus nos dias finais da história da Terra.
(Ranko Stefanovic, Ph.D., é professor de
Novo Testamento na Universidade Andrews, EUA. Retirado de Revelation of Jesus Christ: Commentary on the Book of
Revelation, 2a ed. [Berrien Springs, MI:
Andrews University Press, 2009], p. 376-382. Traduzido do original em inglês
por Matheus Cardoso.)
Referências:
1.
Jon Paulien, What the Bible
Says about the End-Time (Hagerstown,
MD: Review and Herald, 1994), p. 111.
2.
Para estudo mais aprofundado sobre Apocalipse 12 e 13, incluindo muitos dos contrastes
apresentados ao longo deste artigo, veja Jon Paulien, The Facebook Commentary on Revelation – Revelation Chapter 12;
idem, The Facebook Commentary on Revelation – Revelation Chapter 13; Marvin Moore, Apocalipse 13: Isso poderia realmente acontecer? (Tatuí, SP: Casa
Publicadora Brasileira, 2013); Vanderlei Dorneles, Pelo Sangue do Cordeiro: A vitória do remanescente na batalha final
(Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2015). (Nota acrescentada pelo
tradutor.)
3.
Beatrice S. Neall, “Sealed Saints and the Tribulation”, em Frank B. Holbrook,
ed., Symposium on Revelation – Book 1,
Daniel and Revelation Committee Series, v. 6 (Silver Spring, MD: Biblical
Research Institute, 1992),
p. 257 (a ser publicado em português pela Unaspress).
4.
Ibid., p. 256.
5.
Para compreender melhor a antítese entre o selo de Deus e a marca da besta,
veja Jon Paulien, “Introdução ao estudo do sábado no Apocalipse”, em Emilson
dos Reis, Renato Groger e Rodrigo Follis, orgs., Doutrina do Sábado: Implicações (Engenheiro Coelho, SP: Unaspress,
2012), p. 25-33; Anthony MacPherson, “O sábado e a marca da besta”, em ibid.,
p. 35-58. (Nota acrescentada pelo tradutor.)
6.
Para estudo mais detido sobre as três mensagens angélicas, veja Hans K.
LaRondelle, “O remanescente e as três mensagens angélicas”, em Raoul Dederen,
ed., Tratado de Teologia Adventista do
Sétimo Dia (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2011), p. 857-892.
(Nota acrescentada pelo tradutor.)
7.
Tabela adaptada de Roberto Badenas, “New Jerusalem – The Holy City”, em Frank B.
Holbrook, ed., Symposium on Revelation –
Book 2, Daniel and Revelation Committee Series, v. 7 (Silver Spring, MD:
Biblical Research Institute, 1992),
p. 256 (a ser publicado em português pela Unaspress). Veja também David E.
Aune, Revelation 17–22, Word
Biblical Commentary, v. 52c (Waco,
TX: Thomas Nelson, 1998), p. 1.144-1.145.
8.
George R. Beasley-Murray, The
Book of Revelation, New Century Bible Commentary (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1981), p. 315.
9.
Badenas, “New Jerusalem – The Holy City”, p. 255.
O tema da contrafação no livro de Apocalipse
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